sexta-feira, 27 de abril de 2012

Reflexão para nós professores

 
                                                       Professor
 
Ser Professor é um desafio.
À vontade e à motivação.

Ser Professor é acreditar.
Na força dos jovens e nas suas capacidades.

Ser Professor é querer.
Ajudar na formação e educação dos jovens de Hoje mas Homens de Amanhã.

Ser Professor é ser amigo.
Que ajuda incondicionalmente mas que critica construtivamente quando há erro.

Ser Professor é ser bombeiro.
Do fogo cruzado dos afetos e das emoções que Todos condiciona sem excepção.

Ser Professor é ouvir.
O silêncio de um olhar,
O barulho de uma lágrima,
A alegria de um sorriso ou
O calor de um abraço.

Ser Professor é observar.
Perscrutar atitudes,
Ler nas entrelinhas,
Olhar e ver para além do que os olhos alcançam.

Ser Professor é estar.
Disponível para um sorriso e
Estendendo a mão e dizer “estou aqui”;

Ser Professor é construir e reconstruir.
Construir alicerces para a vida e reconstruir os caminhos perdidos.

 










 

Objetivos de se trabalhar a poesia



  • Despertar, no educando, o amor pela poesia, de modo que ele possa descobrir em sua leitura uma forma de elaborar suas emoções, seus sentimentos, sua subjetividade.
  • Apresentar a leitura da poesia como uma experiência agradável, na medida em que seu processo de construção, recuperável no ato da leitura, busca sempre alcançar o belo.
  • Propiciar ao educando um contexto em que ele possa trazer a poesia para a sua realidade, por meio de leituras que dinamizem os conhecimentos latentes no texto poético.

A importância da Poesia


A poesia é um meio privilegiado para despertar o amor pela língua materna. A rima, o ritmo e a sonoridade, permitem uma descoberta progressiva das potencialidades da linguagem escrita. Essa descoberta, tão decisiva para a formação do indivíduo, adquire assim um carácter lúdico. Brincar com os sons, descobrir novas ressonâncias, ouvir e ler pequenas histórias em verso, memorizar os poemas preferidos, desvendar imagens e sentimentos contidos na palavra, são actividades de adesão imediata que podem e devem ser introduzidas no universo infantil antes da alfabetização, pois constituem uma excelente forma de preparação para aprendizagem da leitura e da escrita" in Brochura do Plano Nacional de Leitura
                                     Significado da palavra poesia


A palavra poesia vem do termo latim poēsis, que, por sua vez, deriva de um conceito grego. Trata-se da manifestação da beleza ou do sentimento estético através da palavra, podendo ser sob a forma de versos ou de prosas. Em todo o caso, o seu emprego mais usual está relacionado com os poemas e com as composições em verso.



segunda-feira, 23 de abril de 2012

DICA DO DIA

         UTILIZE A POESIA NAS RODAS DE LEITURA E CONVERSA...DESPERTE A CURIOSIDADE DE SEUS ALUNOS PROPONDO ATIVIDADES QUE ENVOLVAM OS POEMAS E AS POESIAS...
         LEIA AS BIOGRAFIAS DE POETAS E POETISAS QUE ESCREVEM PARA CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS...
          E LEMBRE-SE QUANTO MAIS VOCÊ "EDUCADOR" DEMONSTRAR PAIXÃO PELA POESIA, MAS O SEU ALUNO TAMBÉM SE APAIXONARÁ...

quinta-feira, 19 de abril de 2012

ARTIGO - A POESIA NA ESCOLA MESTRE DA PUC






A POESIA INFANTIL NA ESCOLA

 

 

Jose Luiz MARQUES*

Mestre em Educação
PUC-Campinas


 

Introdução


Na sociedade contemporânea estamos diante de uma escola que funciona em muitos os casos como mais um modelo de produção capitalista. Não é possível ignorarmos as profundas transformações que esse modelo de educação operou e tem operado no mundo da leitura e da literatura infantil e suas conseqüências em relação ao consumo estético e utilitário dos textos e dos livros.

Nem por isso devemos nos conformar com a idéia de que a literatura infantil e, em especial a poesia, se degradou diante dessa fria lógica e desacreditarmos, por exemplo, que um texto poético possa contribuir para que a criança descubra sua capacidade de relacionar e concretizar idéias, de fazer suas conexões e, principalmente, por mais paradoxal que isso venha a ser, para que ela, inserida no mercado material, perceba, por meio do imaginário que o texto infantil suscita e acorda (Postic, 2001), um processo cumulativo de conhecimentos que a auxilia  na construção de sua própria  humanidade.

JOSE LUIZ MARQUES é mestre em educação, graduado em Letras e em Pedagogia. Atualmente diretor titular de escola pública da SEE de São Paulo, professor titular de Comunicação da FATEC- Indaiatuba e professor adjunto da FAM Faculdade de Americana, no curso de Pedagogia.


            O objetivo, então, deste artigo é discutir como a poesia infantil pode ser trabalhada em sala de aula a partir da perspectiva de fugir das técnicas tradicionais do ensino centradas na semiologia e na análise sistêmica, ou seja, aquelas que inscrevem o texto literário na época de sua produção e de seus principais juízos de valor e de características que interessaram a essa época.

                 A título de questionamento desse modelo de ensino, tentamos, neste trabalho, valorizar os possíveis diálogos entre o sujeito leitor e os textos a partir do seu próprio cotidiano, entendendo esse cotidiano desde o mundo contemporâneo até os impasses individuais vividos pela criança nos arredores de cada texto.         

Segundo Lajolo (1994, p.32), a literatura constitui modalidade privilegiada de leitura em que a liberdade e o prazer são virtualmente ilimitados. É preciso lembrar que a literatura infantil é uma ciência em trânsito com outras ciências e que o prazer, a motivação da aprendizagem podem residir justamente na travessia de ciência para ciência, da disciplina técnica para a liberdade da expressão.           Segundo a autora:
     
 Talvez não se tenha refletido ainda o bastante sobre alguns traços que modernas pedagogias e certos modelos de escola renovada imprimiram à educação, principalmente no ensino da literatura. Nesse sentido, urge discutir, por exemplo, o conceito de motivação, porque é em nome dele que a obra literária pode ser completamente desfigurada na prática escolar. Propor palavras cruzadas, sugerir identificação com uma ou outra personagem, dramatizar textos similares que manuais escolares propõem é periférico ao ato da leitura, ao contato íntimo e profundo que o texto literário pede.


A poesia infantil e a escola. 



            Embora a literatura infantil tenha florescido na Europa do século XVII, no Brasil a poesia infantil emergiu como texto dedicado à criança somente no inicio do século XX (Bordini, 1986).

            Em especial como texto clássico e, muitas vezes, como texto pedagógico, a poesia então ganhou espaço nos bancos escolares, impressa e veiculada por meio de frases justapostas, ou seja, denominada como textos verticais, aqueles que se apresentam por meio de uma ou duas frases, como Você quer fazer a lição, por que não espera o Chiquinho?, em cartilhas como a Cartilha da Infância,  de Thomaz Galhardo (1935)  e a Nova Cartilha Analytico Synthética,  de Mariano de Oliveira (1943 - 3ª ed.). 

            Em primeiro momento, a linguagem poética desses textos parecia se articular no sentido da construção de uma cidadania burguesa e, muitas vezes, voltada ao controle do comportamento da criança à luz daquilo que era considerado, na época, como certo ou errado aos olhos de uma sociedade civilizada e republicana que emergia ante ao lema de nossa bandeira - ordem e progresso.

        Assim, destacamos abaixo fragmentos de um texto de Olavo Brás dos Guimarães Bilac, (Poesias Infantis, 1904) , poeta brasileiro considerado nacionalista por seus vários textos homenageando o Brasil do século XIX e a língua verdadeiramente portuguesa.    


Meu filho, termina o dia a primeira estrela brilha
                                              Procura a tua cartilha  E reza a Ave Maria! 

(...)

- Hoje pratiquei o bem;
Não tive um dia vazio,
  Trabalhei, não fui vadio
    E não fiz mal a ninguém.

(Bordini. Maria da Gloria. Poesia Infantil. SP. Ática, 1986, p.p.8-9 )



           Estes fragmentos do poema cadenciam um diálogo de figurantes marcados: a voz do eu lírico -  uma voz imperativa -  ressoa como a  de um pai ou de uma mãe preocupada em  dar algumas ordens à criança, tratada de  meu filho.

         Há duas vertentes possíveis de análise, a primeira ordem, pega a tua cartilha, pode estar diretamente ligada à vida escolar, ao cumprimento das obrigações cotidianas da escola, e a segunda, reza a Ave Maria, garante também uma outra tarefa, a religiosa, marcada principalmente por uma obrigação cristã de rezar às seis horas da tarde, exatamente a hora em que a primeira estrela brilha.

       Em seguida, a criança, em tom de subordinação, responde, alternando os advérbios mal / bem entre o primeiro e o ultimo verso da segunda estrofe. Na sua resposta, o trabalho aparece como um marco fundamental e nos remete à idéia de sua produção diária, ressaltando que o dia não foi vazio, foi cheio e, portanto, não houve vadiagem nem ócio.

       Parece ser esse o modelo de trabalho que a escola, durante aquele tempo e, para nós, durante mais tempo ainda, utilizou para ensinar poesia para as crianças e jovens, modelo em que a categoria dos enunciados imperativos ( Benveniste , 1976) é constituída pela ação do locutor sobre o ouvinte, no sentido de dar-lhe uma ordem a ser cumprida. Neste caso, pelos verbos no imperativo, em especial.

       Embora apareça muito tímido e soçobrando um discurso pessoal da criança, esse discurso imperativo, representado pelos verbos, sobrevive à maneira do dever cumprido, das tarefas de negociação e de cumprimentos dessas tarefas.

      Este tipo de ideologia textual, presente, também, nas cartilhas das décadas de 1970 e 1980, inclusive na cartilha Caminho Suave, de Branca Alves de Lima, em que Fábio  não solta balões, ele é um bom menino, demarca uma forma tradicional de se conceber a poesia como um texto clássico e burguês, organizado para a formação de opinião em favor da nova (des) ordem capitalista. Ser um bom menino seria não soltar balões. O bom menino é aquele que atende àquilo que a cartilha reza.  

                                                                   *****

       Já neste outro fragmento do poema Consciência, de Henriqueta Lisboa, (O menino Poeta, 1970), as regras impostas pela linguagem imperativa dão espaço agora para um enunciado mais interativo (Geraldi , 2001).

Fazer pecado é feio

Não quero fazer pecado, eu juro.
Mas se quiser eu faço.
(Zilberman. Regina. A literatura infantil brasileira. RJ, Objetiva, 2005, p. 71)

       Nesses trechos, o discurso do eu lírico vai se organizando no sentido de, primeiramente, aceitar que o pecado é feio e, portanto, é mal, além de ressaltar o seu desejo, menos universal e mais particular, de conceber o pecado como uma ação impulsionada pelo desejo. Logo em seguida, o eu lírico, ou seja, uma criança, usa sua própria voz para defender não uma idéia, mas  sua liberdade de ação diante do que é certo ou do que é errado, além de legitimar essa liberdade de escolha por meio da expressão eu faço .  

       Quando falamos em poesia infantil na escola prendemo-nos a escolhas. Evidentemente as escolhas que fazemos é que vão determinar se ela pode ou não educar e como educar.

        Entendemos que os aspectos lúdicos e estilísticos da poesia infantil, como dramatizações, sonoridades, cantorias, versificação, rimas, assonâncias e aliterações são categorias importantes para se trabalhar o suporte textual da poesia, entretanto, entendemos que os conteúdos discursivos do texto poético, a linguagem poética e as intencionalidades textuais devam, também, ser levadas em conta, ainda que para a criança não alfabetizada.

Henriqueta Lisboa, nesse fragmento anterior, cria uma oportunidade para que a poesia infantil seja utilizada na escola como mais um recurso pedagógico que possa proporcionar aos educandos e aos educadores a aproximação de uma  linguagem como interação  social ,  em que o sujeito que fala também ouve e é ouvido, em que o eu e o tu são elementos fundamentais na comunicação interativa.

Esta concepção de linguagem, segundo Geraldi (2000, p.41), é vista como um lugar de interação humana. Por ela, o sujeito pratica ações que não conseguiria levar a  cabo a não ser falando e, no caso dos fragmentos, o eu lírico pressupõe uma ação, levanta uma hipótese sobre ela, mas se  quiser, e finalmente afirma a possibilidade de ela ocorrer, eu faço.

Há uma diversidade de textos infantis que suscita essa linguagem e uma diversidade que a suscita parcialmente e há textos que pretendem suscita-la, mas não o conseguem.

Nessa perspectiva, podemos aqui citar uma relação daqueles que podem auxiliar o educador em seu trabalho com a poesia para crianças. Destacamos Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles, Pé de pilão, de Mário Quintana, A arca de noé, de Vinicius de Morais, Boi da cara preta, de Sérgio Caparelli , O menino poeta , de Henriqueta Lisboa.


Considerações finais



Entendemos que nenhum modelo de ensino ou de aprendizagem na escola deva ser apontado como obsoleto e não estamos aqui compactuando com a idéia de que a escola deva passar uma borracha em sua história e mudar de repente seus métodos como se em uma palavra de ordem todos passassem a trabalhar com a poesia infantil de maneira a suscitar na criança a construção de seu modo político de ver e atuar no mundo (Freire,1996).

Sabemos que o trabalho de se educar por meio da literatura e, por extensão, da poesia infantil, é árduo e deve ser persistente, porque a disparidade existente entre o conhecimento empírico e o conhecimento cultural é também um grande obstáculo a ser rompido tanto por quem aprende como por quem ensina.

Tendo a literatura e, em especial a literatura infantil, como objeto de trabalho e de reflexão durante os últimos anos de nossa formação, entendemos que um outro obstáculo para um trabalho mais aprofundado com textos poéticos que compõem  estudos mais educativos  da poesia infantil é a grande quantidade de tarefas a serem cumpridas pelo educador diante  currículo escolar da educação básica. Esse obstáculo acaba por tentar transformar nosso discurso em uma teoria muito distante da prática escolar utilitarista realizada hoje em grande parte das salas de aula.


O que tentamos evitar neste trabalho é a idéia de que a literatura para crianças, em especial a poesia, deva ser vista apenas como um instrumento pedagógico que privilegia a imaginação e/ou o imaginário infantil, apenas como intuitiva, como sensorial, mas que ela também  possa ser  entendida e trabalhada  como uma manifestação  da linguagem humana (Zilberman,2003) como fato social.

Essa dicotomia entre o que é ludicidade e o que é educável em literatura infantil, nossa análise dos fragmentos poéticos de Olavo Bilac e Henriqueta Lisboa  podem, talvez,  confirmar , de maneira um pouco mais concreta,  que a literatura também é um produto social, do qual emerge e o qual espelha em suas representações e para ele , muitas vezes, se volta como necessidade de  (re)  interpretá-lo e/ou , se possível,  transforma-lo.

Segundo Gramsci ( 1978, p.31) :

Literatura funcional. Que corresponde em literatura, ao racionalismo arquitetônico? Por certo a literatura segundo um plano, isto é, a literatura funcional , de acordo com uma orientação social preestabelecida. É estranho que na arquitetura, o racionalismo seja aclamado e justificado, mas não nas demais artes. Deve residir ai um equivoco. Será que só a arquitetura tem finalidades práticas?


            Nesse sentido e acrescentando a ele também a dimensão social da literatura, explicita Gonçalves Filho (2000, p. 128):


A literatura, parafraseando Nietzsche, serve para tudo e para nada, e talvez, para uma sociedade que parece tomar conta de todos os nossos sentidos e prazeres, para nada. A literatura se apresenta como uma instância cultural que facilita a configuração, por parte de seu usuário, de variados tipos de reação, desde a alienação escandalosa, o refinamento intelectual à grosseria pedagógica em síntese, o mergulho na loucura ou ao repouso na sabedoria (...) isso é literatura enquanto sociedade, enquanto social, enquanto produção social.


          Os poetas que escrevem para as crianças não precisam necessariamente ter o objetivo de educá-las ou de proporcionarem a elas juízos de valores para a construção de sua personalidade e de seu caráter, mas entendemos que é possível, por meio da poesia infantil, potencializar na criança, além de sua capacidade de brincar, de imaginar, de fantasiar, de sonhar, também, a sua necessidade de agir e descobrir na sua própria ação o sentido da vida.

BIBLIOGRAFIA



BENVENISTE. Émile. Problemas de lingüística textual. SP. Nacional,1976

BORDINI. Maria da Glória. Poesia infantil. SP. Ática, 1986

DIEZSTCH. Maria Julia M. Cartilhas a negação do leitor.  In. MARTINS. Maria Helena (org.) Questões de linguagem. SP. Contexto, 2002, p.p. 27-46

FARIA. Maria Alice. Como usar a literatura infantil na sala de aula. SP. Contexto, 2003.

FREIRE. Paulo. A importância do ato de ler. SP: Cortez, 1996.

GERALDI. João W. Concepções de linguagem e ensino de português. In. GERALDI.  João W ( org .) O texto na sala de aula leitura e produção . SP. Ática, 2001, p.p. 40-47.

GONCALVES FILHO. Antenor. Educação e literatura o que você precisa saber sobre.  SP.  DP & A, 2000.

GRAMSCI. Antonio. Literatura e vida nacional. SP. Cortez,1997.

LAJOLO. Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. SP. Ática, 2000.

OSVALD. Maria Luiza Magalhães. Infância e história leitura e escrita como práticas da narrativa. In. KRAMER.Sonia e LEITE. Maria Isabel Ferreira. (org.) Infância fios e desafios da pesquisa . Campinas/SP. Papirus , 2001, p.p.73-96

POSTIC. Marcel. O imaginário na relação pedagógica. SP. Agir, 2001.

ZILBERMAN. Regina. A literatura infantil na escola . SP. Global, 2003.

ZILBERMAN. Regina. A literatura infantil brasileira . RJ. Objetiva, 2005.

ZILBERMAN. Regina. Estética da recepção e história da literatura. SP. Ática, 1989.

Poesia de Vinícius de Moraes


A poesia proporciona divertimento e conhecimento para o aluno e professor, e contribuir para o ato de estimular a criatividade e reflexão...



Relógio
“Passa tempo, tic-tac Tic-tac, passa, hora
Chega logo tic-tac Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
                Que já estou Muito cansado                    
Já perdi   
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac Tic-tac
Tic-tac.”


   

O Pingüim

Bom-dia, Pingüim
Onde vai assim
Com ar apressado?
Eu não sou malvado
Não fique assustado
Com medo de mim.
Eu só gostaria
De dar um tapinha
No seu chapéu de jaca
Ou bem de levinho
Puxar o rabinho
Da sua casaca
 


O Elefantinho

Onde vais, elefantinho
Correndo pelo caminho
Assim tão desconsolado?
Andas perdido, bichinho
Espetaste o pé no espinho
Que sentes, pobre coitado?
— Estou com um medo danado
Encontrei um passarinho!
 

 

O Leão

Leão! Leão! Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês.

Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!

Tua goela é uma fornalha
Teu salto, uma labareda
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda.

Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto.
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro.
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna.
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus que te fez ou não?

O salto do tigre é rápido
Como o raio; mas não há
Tigre no mundo que escape
Do salto que o Leão dá.
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte.
Pois bem, se ele vê o Leão
Foge como um furacão.

Leão se esgueirando, à espera
Da passagem de outra fera . . .
Vem o tigre; como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O leão fica olhando aquilo.
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão.

Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!

O Peru

Glu! Glu! Glu!
Abram alas pro Peru!

O Peru foi a passeio
Pensando que era pavão
Tico-tico riu-se tanto
Que morreu de congestão.

O Peru dança de roda
Numa roda de carvão
Quando acaba fica tonto
De quase cair no chão.

O Peru se viu um dia
Nas águas do ribeirão
Foi-se olhando foi dizendo
Que beleza de pavão!

Glu! Glu! Glu!
Abram alas pro Peru!

 

A Arca de Noé

Sete em cores, de repente
O arco-íris se desata
Na água límpida e contente
Do ribeirinho da mata.
O sol, ao véu transparente
Da chuva de ouro e de prata
Resplandece resplendente
No céu, no chão, na cascata.

E abre-se a porta da Arca
De par em par: surgem francas
A alegria e as barbas brancas
Do prudente patriarca

Noé, o inventor da uva
E que, por justo e temente
Jeová, clementemente
Salvou da praga da chuva.

Tão verde se alteia a serra
Pelas planuras vizinhas
Que diz Noé: "Boa terra
Para plantar minhas vinhas!"

E sai levando a família
A ver; enquanto, em bonança
Colorida maravilha
Brilha o arco da aliança.

Ora vai, na porta aberta
De repente, vacilante
Surge lenta, longa e incerta
Uma tromba de elefante.

E logo após, no buraco
De uma janela, aparece
Uma cara de macaco
Que espia e desaparece.

Enquanto, entre as altas vigas
Das janelinhas do sótão
Duas girafas amigas
De fora a cabeça botam.

Grita uma arara, e se escuta
De dentro um miado e um zurro
Late um cachorro em disputa
Com um gato, escouceia um burro.

A Arca desconjuntada
Parece que vai ruir
Aos pulos da bicharada
Toda querendo sair.
Vai! Não vai! Quem vai primeiro?
As aves, por mais espertas
Saem voando ligeiro
Pelas janelas abertas.

Enquanto, em grande atropelo
Junto à porta de saída
Lutam os bichos de pelo
Pela terra prometida.

"Os bosques são todos meus!"
Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"
Um protesta; e o tigre — "Não!"

Afinal, e não sem custo
Em longa fila, aos casais
Uns com raiva, outros com susto
Vão saindo os animais.

Os maiores vêm à frente
Trazendo a cabeça erguida
E os fracos, humildemente
Vêm atrás, como na vida.

Conduzidos por Noé
Ei-los em terra benquista
Que passam, passam até
Onde a vista não avista

Na serra o arco-íris se esvai . . .
E . . . desde que houve essa história
Quando o véu da noite cai
Na terra, e os astros em glória

Enchem o céu de seus caprichos
É doce ouvir na calada
A fala mansa dos bichos
Na terra repovoada.

 


AS BORBOLETAS

BrancasAzuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas azuis
Gostam de muita luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então
Oh, que escuridão!



sexta-feira, 6 de abril de 2012

                                      DICA DO DIA

      QUANDO UTILIZAR A POESIA NA LEITURA DIÁRIA DEMONSTRE PAIXÃO, BRINQUE COM A MUSICALIDADE E AS RIMAS QUE ELA OFERECE.... LEIA DESDE POESIAS DIVERTIDAS ÁS MAIS FORMAIS, COM ISSO PERMITIRÁ A SEUS ALUNOS CONHECER NÃO SÓ DIFERENTES GÊNEROS LITERÁRIOS MAS TORNAR A POESIA PARTE DE SUA REALIDADE....